Ontem à noite, enquanto comemorava meu Dia dos Namorados com minha amiga, ouvindo o delicioso rumbar da música caribeña, voltamos ao passado naquela mesa de bar... Começou assim: Ela: “Fui tomar café no shopping hoje e a garçonete comentou que a gente não está indo lá com muita freqüência... Disse que precisamos ir sempre porque animamos o ambiente”; Eu: “Da próxima vez, vou chegar e dizer: Prazer, eu sou o Bozo”... Ela imediatamente franziu a testa, seus olhos murcharam e seus lábios fecharam... Eu: “Nossa, o que aconteceu? Só falta dizer que não se lembra do Bozo e me deixar sem graça igual a minha estagiária, que jurou de pés juntos que nunca tinha ouvido falar no Jaspion... você também tem quase trinta anos...”; Ela: “Tenho trauma do Bozo...”. E então, fiz a pergunta insólita: Porquê?
“Quando eu era pequena, tinha uma lancheira rosa linda, com o Bozo na frente – ar melancólico – então, minha mãe, que sempre se preocupava com nossa alimentação, colocava nela suco, saladas de frutas, queijo e um ovo cozido... e eu tinha que comer tudo...”
“Um ovo cozido??? Como assim um ovo cozido?”
“Sim, um ovo cozido, com casca e tudo... Eu sentava, quebrava a casca e comia. Era conhecida como a Menina do Ovo - ???? – Mas, eu estava cansada de comidas saudáveis... eu queria aqueles salgadinhos cheirando a bacon, vendidos em sacos plásticos, com gosto de isopor; desejava aqueles sucos quentes e melecados cheio de corantes que meus colegas bebiam; Havia uma menina gorda e horrorosa que se chamava Stefani Melissa. Ela tinha a lancheira dos meus sonhos: grande e amarela, com um patinho com gravatinha azul na frente. Eu sempre adorava vê-la abrindo a lancheira... sanduíches cheios de maionese, presunto e queijo; bolachas recheadas de chocolate e morango; bombons de uva que, quando ela mordia, escorria o leite condensado pelo canto da boca... E sabe o que ela tinha na garrafinha? REFRIGERANTE... – aumentou o tom de voz - Incrível, não consigo esquecer aquelas cenas... Ninguém gostava da Stefani... Foi quando eu tive a grande idéia: Falava para os outros da minha sala: Você quer trocar sua bolacha recheada por essa minha salgada e sem gosto?; É claro que eles diziam não... mas, eu argumentava: Então você vai ficar gordo e feio como a Stefani Melissa, comendo essas porcarias...; Incrível, na hora eles trocavam... A partir deste dia, eu trocava toda a minha lancheira saudável por deliciosas guloseimas... Imagina, cheguei ao ponto de trocar até o ovo??? Ainda bem que eu nunca tive tendência para engordar... senão, seria eu e a Stefani... Já te contei como arranquei a pele do rosto de uma menina por causa de um bambolê? Você lembra do bambolê?”
“Sim – respondi estupefacto – mas, não sabia que usavam como arma...”
“Era aula de Educação Física... Fui pegar o último bambolê e uma menina segurou ao mesmo tempo. Eu disse: Larga, que é meu... senão eu vou te arrancar a cara...; Ela riu e duvidou de mim. Cumpri o que eu disse: Pulei e, com minhas unhas, arranhei o rosto dela... Saiu sangue. Ela começou a chorar e gritar, enquanto eu rodava com o bambolê... Como eu adorava brincar com ele... Bons tempos aqueles não???”
***
“Garçom... por favor... mais uma tequila! Urgente.”
Um dos causadores do trauma: o Bozo...
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Dia (dos) namorados (árvore)...
Durante todo o mês de junho, comecei a notar dezenas e centenas de corações espalhados pela cidade. Ah, sim... Hoje é Dia dos namorados. Aquela data festiva aonde para alguns é o “Dia da Árvore” e para outros é a celebração do amor... Que coisa mais meiga... Ontem, caminhando pelo Shopping, vi a exaltação das pessoas em compras; as chamadas das lojas sobre os descontos para os namorados... “Dê um beijo na nossa frente e ganhe um bombom”... Ainda bem que é um beijo; Uma que achei um encanto foi: “Compre sua aliança e leve mais duas... Uma para você, outra para seu namorado e mais uma... para seu amante – quando você precisar...”
Terminei meu namoro há algumas semanas. Como já comentei, o término foi devido ao meu amor próprio – que estava se afogando e eu não conseguia estender a mão para agarra-lo... até que, em um momento oportuno, o salvei de uma forma gloriosa. Isso sem comentar que não existia mais a paixão. Infelizmente, ainda sou movido por ela: a paixão. Como é bom estar apaixonado. Não precisa necessariamente ser por alguém, mas por algo, por um objetivo, por uma meta... Está escrito em algum livro que você precisa de outra pessoa para ser feliz? Desculpe-me em avisa-lo, mas... é um engano patológico.
Não vou dizer que não quero mais alguém... é mentira das mais descaradas. Mas, aprendemos a ser mais exigentes e criteriosos em nossas escolhas. E, minha próxima, com certeza será com paixão. Quero alguém que me afogue em sentimentos; que me agarre com a força do desejo ardente; que me beije desesperadamente, sufocando meus pensamentos sem sentido e me levando a um estado de êxtase único; Quero o toque que treme; a reconciliação fervorosa; quero o beijo na chuva depois de uma discussão explosiva e, depois de tudo isso, quero a calmaria de um abraço sem pretensões... sem medo da verdade sendo revelada em sua face. E, acima de tudo isso, como a corrente que fechará tudo em um ciclo, quero a atitude e a vontade em estar comigo... pois retribuirei tudo com as mesmas emoções... pois estarei oferecendo o amor que alimentei por mim...
Foi um tempo longo até eu aprender a me amar. Claro, como você pode OFERECER sem POSSUIR o amor? Foi uma época em que fui muito infeliz. Imagine você conhecer alguém e colocar nas mãos dessa pessoa a grande responsabilidade por sua felicidade? É simplesmente desesperador. Hoje, digo com todas as letras, sílabas e fonemas. Eu me amo! Essa foi uma das maiores e mais relevantes lições que aprendi nesses quase trinta anos. Por muitas vezes, entrei em uma “jaula” com a pessoa que estava ao meu lado, juntamente com minhas esperanças de amor concretizadas... fechava com muitos cadeados e jogava a chave fora... Hoje sei que posso entrar nessa mesma jaula... mas, não quero mais fechá-la... devo entregar a chave para a pessoa escolhida e juntos decidirmos se fechamos ou não... Porque, antes de querer TER alguém com todas as qualidades que eu desejo eu preciso SER este alguém...
***
Ontem, minha professora comentou que nos EUA, o dia dos namorados – o Valentines Day – é diferente: é uma celebração ao amor... entre amigos, namorados, família... As pessoas trocam presentes, cartões e saem para jantar juntas. Prefiro assim... Então, hoje comprei rosas para as minhas amigas do trabalho – até cartão personalizado eu fiz – beijei a todos na academia, desejando um ótimo dia e hoje sairei com minha amiga para um bar cubano e vou entrar no ritmo caliente da salsa e da música caribeña... Com uma tequila – somente uma, estou de dieta – para brindar o dia de hoje...
Terminei meu namoro há algumas semanas. Como já comentei, o término foi devido ao meu amor próprio – que estava se afogando e eu não conseguia estender a mão para agarra-lo... até que, em um momento oportuno, o salvei de uma forma gloriosa. Isso sem comentar que não existia mais a paixão. Infelizmente, ainda sou movido por ela: a paixão. Como é bom estar apaixonado. Não precisa necessariamente ser por alguém, mas por algo, por um objetivo, por uma meta... Está escrito em algum livro que você precisa de outra pessoa para ser feliz? Desculpe-me em avisa-lo, mas... é um engano patológico.
Não vou dizer que não quero mais alguém... é mentira das mais descaradas. Mas, aprendemos a ser mais exigentes e criteriosos em nossas escolhas. E, minha próxima, com certeza será com paixão. Quero alguém que me afogue em sentimentos; que me agarre com a força do desejo ardente; que me beije desesperadamente, sufocando meus pensamentos sem sentido e me levando a um estado de êxtase único; Quero o toque que treme; a reconciliação fervorosa; quero o beijo na chuva depois de uma discussão explosiva e, depois de tudo isso, quero a calmaria de um abraço sem pretensões... sem medo da verdade sendo revelada em sua face. E, acima de tudo isso, como a corrente que fechará tudo em um ciclo, quero a atitude e a vontade em estar comigo... pois retribuirei tudo com as mesmas emoções... pois estarei oferecendo o amor que alimentei por mim...
Foi um tempo longo até eu aprender a me amar. Claro, como você pode OFERECER sem POSSUIR o amor? Foi uma época em que fui muito infeliz. Imagine você conhecer alguém e colocar nas mãos dessa pessoa a grande responsabilidade por sua felicidade? É simplesmente desesperador. Hoje, digo com todas as letras, sílabas e fonemas. Eu me amo! Essa foi uma das maiores e mais relevantes lições que aprendi nesses quase trinta anos. Por muitas vezes, entrei em uma “jaula” com a pessoa que estava ao meu lado, juntamente com minhas esperanças de amor concretizadas... fechava com muitos cadeados e jogava a chave fora... Hoje sei que posso entrar nessa mesma jaula... mas, não quero mais fechá-la... devo entregar a chave para a pessoa escolhida e juntos decidirmos se fechamos ou não... Porque, antes de querer TER alguém com todas as qualidades que eu desejo eu preciso SER este alguém...
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Ontem, minha professora comentou que nos EUA, o dia dos namorados – o Valentines Day – é diferente: é uma celebração ao amor... entre amigos, namorados, família... As pessoas trocam presentes, cartões e saem para jantar juntas. Prefiro assim... Então, hoje comprei rosas para as minhas amigas do trabalho – até cartão personalizado eu fiz – beijei a todos na academia, desejando um ótimo dia e hoje sairei com minha amiga para um bar cubano e vou entrar no ritmo caliente da salsa e da música caribeña... Com uma tequila – somente uma, estou de dieta – para brindar o dia de hoje...
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
A amiga psiu...
“...não procuro estar com pessoas que não me acrescentam ou me reprimem”. Isso recebi no final de um email de uma amiga hoje. Não é uma frase fantástica digna de figurar nas melhores da semana? Explico: Ela tem uma amiga convencional – aquelas amizades que possuímos que estão lá... boas, mas... – e todas as vezes que elas saem, esta minha amiga - que é maravilhosa -, ficava extremamente incomodada com uma atitude: a convencional (vamos chamá-la assim), quando minha amiga se exaltava contando algo ou dando aquela risada gostosa, fazia aquele barulho insuportável – Psiuuuu – para ela abaixar o tom de voz, seguido da frase: “As pessoas estão olhando...”
Sem textos convencionais, com sentimentos exacerbados ou provas de amizades eternas... respondendo de forma concisa e simples: o que é uma amizade? Bem, em minha opinião, é aquela pessoa que eu escolho para fazer parte de mim. Sim, é a minha extensão. Alguém com quem eu converso, dou gargalhadas altas... lágrimas que escorrem de tanto rir... e de chorar também... e de rir de novo; Para quem eu conto os segredos que não contaria para o espelho; desabafos, simplesmente por só querer falar... Discar o número no telefone com pressa para contar algo muito bom e... também algo muito ruim; Simplesmente, possuir um amigo... é manter uma vida!
Se nós paramos para analisar, a amizade é melhor do que um namoro... veja: quando você está solteiro, com quem você sai?; Está namorando... para quem você liga para contar as brigas?; Para comentar – com entusiasmo explosivo - sobre o pos-tit com uma frase de amor deixado no pára-brisa do carro?; E, a melhor parte da história, quem ajuda você no final do relacionamento?; E, voltamos ao início do ciclo, quando você se recupera, levanta e sacode a poeira de todo o sofrimento de perda, para quem você liga e diz: “Voltei para a vida! Vamos sair agora... porque o mundo será pequeno para mim”?
Certa vez, li uma frase – dessas bobas que vemos em revistas, livros de auto-ajuda,... – que “as pessoas que entram na nossa vida devem ser registradas em um caderno: algumas você sublinha, outras você passa canetinha de outra cor, outras: em letras garrafais... mas, existem algumas, que precisam passar corretivo...” Amigos entram e saem da nossa vida, com diferentes graus de importância... mas, temos que guardar alguns daqueles que conhecemos há muito tempo. Eles são o nosso vínculo com o passado. Quantas vezes você não deve ter escutado a terrível frase: “Você se lembra disso?” Para evitar um novo erro que se aproximava?
Devemos ter amigos sim, aqueles que não mostrem vergonha de nosso jeito de ser, de nossas risadas altas, de nossas opiniões e personalidade difícil. Precisamos de amigos que digam: “Nossa, que burrada você fez... bem, então... VAMOS pensar como iremos consertar isso...” Sim, é desses amigos que precisamos e não daqueles que transformamos nosso modo de viver para agradar e “prender” uma amizade de aparências. Você deve estar pensando: Isso não existe... Será? Ou você não se lembra dos seus tempos de escola aonde andar com a turma “popular” era o sonho de amizade de todos? Bem... também pensei assim na época escolar, mas... Não tenho mais idade para perder o controle sobre o que e quem eu sou para agradar as pessoas... e, muito menos, para ser hipócrita.
Foto: Projeto Amizade
Sem textos convencionais, com sentimentos exacerbados ou provas de amizades eternas... respondendo de forma concisa e simples: o que é uma amizade? Bem, em minha opinião, é aquela pessoa que eu escolho para fazer parte de mim. Sim, é a minha extensão. Alguém com quem eu converso, dou gargalhadas altas... lágrimas que escorrem de tanto rir... e de chorar também... e de rir de novo; Para quem eu conto os segredos que não contaria para o espelho; desabafos, simplesmente por só querer falar... Discar o número no telefone com pressa para contar algo muito bom e... também algo muito ruim; Simplesmente, possuir um amigo... é manter uma vida!
Se nós paramos para analisar, a amizade é melhor do que um namoro... veja: quando você está solteiro, com quem você sai?; Está namorando... para quem você liga para contar as brigas?; Para comentar – com entusiasmo explosivo - sobre o pos-tit com uma frase de amor deixado no pára-brisa do carro?; E, a melhor parte da história, quem ajuda você no final do relacionamento?; E, voltamos ao início do ciclo, quando você se recupera, levanta e sacode a poeira de todo o sofrimento de perda, para quem você liga e diz: “Voltei para a vida! Vamos sair agora... porque o mundo será pequeno para mim”?
Certa vez, li uma frase – dessas bobas que vemos em revistas, livros de auto-ajuda,... – que “as pessoas que entram na nossa vida devem ser registradas em um caderno: algumas você sublinha, outras você passa canetinha de outra cor, outras: em letras garrafais... mas, existem algumas, que precisam passar corretivo...” Amigos entram e saem da nossa vida, com diferentes graus de importância... mas, temos que guardar alguns daqueles que conhecemos há muito tempo. Eles são o nosso vínculo com o passado. Quantas vezes você não deve ter escutado a terrível frase: “Você se lembra disso?” Para evitar um novo erro que se aproximava?
Devemos ter amigos sim, aqueles que não mostrem vergonha de nosso jeito de ser, de nossas risadas altas, de nossas opiniões e personalidade difícil. Precisamos de amigos que digam: “Nossa, que burrada você fez... bem, então... VAMOS pensar como iremos consertar isso...” Sim, é desses amigos que precisamos e não daqueles que transformamos nosso modo de viver para agradar e “prender” uma amizade de aparências. Você deve estar pensando: Isso não existe... Será? Ou você não se lembra dos seus tempos de escola aonde andar com a turma “popular” era o sonho de amizade de todos? Bem... também pensei assim na época escolar, mas... Não tenho mais idade para perder o controle sobre o que e quem eu sou para agradar as pessoas... e, muito menos, para ser hipócrita.
Foto: Projeto Amizade
terça-feira, 10 de agosto de 2010
O culpado: um brioche!
"...e Deus fez a MULHER a sua imagem e semelhança...” Desculpem-me os católicos, mas a comparação é inegável. Pela falta de conhecimento de muitas coisas sobre Deus – para quem acredita – e como ele julga ou decide os fatos, é impossível a mulher ter sido feita de uma costela de Adão... Como diria uma amiga: “é a segunda mentira que nós deixamos os homens acreditarem...”
Explico minha conclusão contraditória: No sábado eu e minha amiga companheira de “cafés e chás” fomos a um chá de bebê de outra amiga minha. O tema da festa era Festa Junina – para combinar com o mês de Junho. Mas, em Festas Juninas existe um pequeno problema: as comidas. É um desfile de doces maravilhosos, salgados, pipocas caramelizadas e uma “família de amendoim” (amendoim com casca crocante, com pimenta, ervas finas...) de dar inveja... Isso sem falar na bebida divina e necessária: O quentão! Ahhh, e o pinhão cozido? Orgásmico...
Bem, quando vi aquela mesa, surtei. Olhei para minha amiga com ar de louco psicótico e disse: “tudo bem, vou me controlar e comer só um pedacinho de cada”. Estou fazendo dieta muscular e qualquer coisa a mais vira gordura. E cumpri o que eu disse. Minha amiga, que também está de dieta e ficou triste por perder somente duzentos gramas em uma das últimas vezes que se pesou, já chegou feliz: “Quero um copo de quentão...”
Pegamos um pratinho – sim, o meu era quase um pires – e fomos nos servir (ela com o quentão). Peguei um pedaço pequeno de empadão de frango e meio pão de queijo. Ela pegou um pedaço de empadão de frango, de azeitonas, dois pães de queijo... Na hora do doce, eu: uma pedaço de queijadinha (reparti ela em quatro) e meia paçoca; ela: uma queijadinha, uma paçoca, um pedaço de bolo... junto com o quentão. Também peguei um pedaço pequeno de um bolo de fubá com recheio de coco, que tinha uma calda meio esbranquiçada por cima, que apelidamos carinhosamente de Bolo Gozado – não pergunte o porquê -; ela pegou um pedaço grande...
Saímos e escutei a frase: “Não sei... estou me sentindo pesada”. - ????? - Decidimos tomar um café, aonde ela pediu uma taça de vinho... “Já que saí da dieta, vou chutar o pau...”. Decidiu pedir uma sopa. Estava um pouco frio e pedi uma também. A minha sopa: meia porção de canja, com uma xícara de chá verde; a dela: uma Eslava... porção inteira, com creme de leite, muita batata branca e carne... e a taça de vinho bem encorpado, ácido e muito doce...
Fomos embora e, assim que cheguei em casa, liguei para ver se estava tudo bem – se ela não havia explodido – “Nossa, cheguei em casa minha tia ofereceu brioches e sonhos de doce de leite que ela comprou... Uma delícia...”. Fiquei mudo.
No outro dia – domingo, o dia da depressão – nos encontramos para tomar um chá. Ela não estava muito bem, desanimada... com um humor H2O (insípido, inodoro e incolor). É evidente que perguntei o que estava acontecendo: “Sabe... não agüento mais. Estou me sentindo gorda e não consigo emagrecer. Faço dietas há anos e não emagreço. Eu não sei mais o que fazer... Não deveria ter comido aquele brioche de ontem...”
***
Ah, e vocês provavelmente querem saber qual é a primeira mentira que as mulheres deixam os homens acreditarem – conforme minha amiga que mencionei no início: “... a primeira é: Não importa o tamanho....”
O culpado: Um brioche - Foto: Berry Goodies
Explico minha conclusão contraditória: No sábado eu e minha amiga companheira de “cafés e chás” fomos a um chá de bebê de outra amiga minha. O tema da festa era Festa Junina – para combinar com o mês de Junho. Mas, em Festas Juninas existe um pequeno problema: as comidas. É um desfile de doces maravilhosos, salgados, pipocas caramelizadas e uma “família de amendoim” (amendoim com casca crocante, com pimenta, ervas finas...) de dar inveja... Isso sem falar na bebida divina e necessária: O quentão! Ahhh, e o pinhão cozido? Orgásmico...
Bem, quando vi aquela mesa, surtei. Olhei para minha amiga com ar de louco psicótico e disse: “tudo bem, vou me controlar e comer só um pedacinho de cada”. Estou fazendo dieta muscular e qualquer coisa a mais vira gordura. E cumpri o que eu disse. Minha amiga, que também está de dieta e ficou triste por perder somente duzentos gramas em uma das últimas vezes que se pesou, já chegou feliz: “Quero um copo de quentão...”
Pegamos um pratinho – sim, o meu era quase um pires – e fomos nos servir (ela com o quentão). Peguei um pedaço pequeno de empadão de frango e meio pão de queijo. Ela pegou um pedaço de empadão de frango, de azeitonas, dois pães de queijo... Na hora do doce, eu: uma pedaço de queijadinha (reparti ela em quatro) e meia paçoca; ela: uma queijadinha, uma paçoca, um pedaço de bolo... junto com o quentão. Também peguei um pedaço pequeno de um bolo de fubá com recheio de coco, que tinha uma calda meio esbranquiçada por cima, que apelidamos carinhosamente de Bolo Gozado – não pergunte o porquê -; ela pegou um pedaço grande...
Saímos e escutei a frase: “Não sei... estou me sentindo pesada”. - ????? - Decidimos tomar um café, aonde ela pediu uma taça de vinho... “Já que saí da dieta, vou chutar o pau...”. Decidiu pedir uma sopa. Estava um pouco frio e pedi uma também. A minha sopa: meia porção de canja, com uma xícara de chá verde; a dela: uma Eslava... porção inteira, com creme de leite, muita batata branca e carne... e a taça de vinho bem encorpado, ácido e muito doce...
Fomos embora e, assim que cheguei em casa, liguei para ver se estava tudo bem – se ela não havia explodido – “Nossa, cheguei em casa minha tia ofereceu brioches e sonhos de doce de leite que ela comprou... Uma delícia...”. Fiquei mudo.
No outro dia – domingo, o dia da depressão – nos encontramos para tomar um chá. Ela não estava muito bem, desanimada... com um humor H2O (insípido, inodoro e incolor). É evidente que perguntei o que estava acontecendo: “Sabe... não agüento mais. Estou me sentindo gorda e não consigo emagrecer. Faço dietas há anos e não emagreço. Eu não sei mais o que fazer... Não deveria ter comido aquele brioche de ontem...”
***
Ah, e vocês provavelmente querem saber qual é a primeira mentira que as mulheres deixam os homens acreditarem – conforme minha amiga que mencionei no início: “... a primeira é: Não importa o tamanho....”
O culpado: Um brioche - Foto: Berry Goodies
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Ô tio...
Ontem à noite foi dado o veredicto: Estou ficando velho. Sim... é terrível descobrir isso, da forma mais tenebrosa e assustadora possível. A humanidade é extremamente cruel. Você SABER é totalmente diferente de TOMAR CONSCIÊNCIA de algo.... e ontem, essa consciência veio como uma meteoro direto de Júpiter, estraçalhando meu momento que estava sendo glorioso.
Estava no carro com uma pessoa fantástica que eu conheci: 29 anos, bom papo, beleza rústica – do interior do estado – profissão: Educação Física... já se tem uma leve idéia de como era o corpo não é? Conversas, risos para cá... para lá... sempre a mesma coisa na hora da conquista... De repente, o sinal fecha. Aquele vermelho... eu deveria saber que alguma coisa satânica estava para acontecer...
Eu, com um estilo blasé em minhas risadas, – e o vidro entreaberto – comentava sobre trabalho, clima... essas coisas imensamente românticas... e, do nada, surgem aqueles rapazes que passam no vestibular, pulando freneticamente, parecendo macacos abduzidos por alguma forma cósmica gosmenta, melecados de mostarda, catchup e ovos quebrados com farinha de trigo. Um banquete...
Um desses loucos correu em direção do meu vidro e disse a seguinte frase macabra: “Ôôô TIO você tem um trocado para ajudar na nossa festa... passamos no vestibular de Medicina... Ajuda aí TIO...”
***
TIO??? Ele me chamou de TIO??? Duas vezes??? Eu fiquei sem reação. O rapaz, assustado com minha paralisia, saiu em direção ao outro carro... virei, com uma feição desesperada que certamente deixaria aquelas mocinhas loiras que morrem em filmes de terror para trás, e disse: “Eu escutei direito ou ele me chamou de tio?” só escutei: “O sinal abriu...” Fiquei em choque. Nunca na minha vida eu achei que esta sensação fosse se apossar de mim. E ainda escuto: “Nem se preocupe, é só você tirar a barba. Vai ficar com cara de meninão.” Não preciso dizer que o clima romântico acabou.
Cheguei em casa e comecei a procurar algum fio de cabelo branco. Estiquei a pele do rosto, apalpei... Sim: as marcas da idade já estavam lá e eu nem havia percebido. Parei em frente ao espelho e comecei a rir. Estava fazendo idêntico a minha mãe. E concluí: sim, estou chegando nas três décadas... Amadurecendo para entrar, creio eu, em uma das melhores idades da vida – e todas as idades são as melhores do mundo... E minha transformação em um ser humano mais tranqüilo, inteligente e compreensível está sendo ótima ou invés de me tornar careta, cafona e temeroso com a solidão.
Tenho certeza que o ocorrido de ontem à noite foi praga de uma amiga, pois dei várias gargalhadas quando ela entrou no ônibus e um garoto disse: “Tia, a senhora quer sentar aqui?"
Mas... a vida, provando que é sábia, me deu uma dádiva: Hoje, na academia, ganhei o dia quando me perguntaram se eu me lembrava do grupo Tremendo... Não faço nem idéia de quem sejam... Velho para alguns, jovem para outros...
Em homenagem... os Tios da propaganda do Sentra, da Nissan - campanhada da TBWA/BR.
Estava no carro com uma pessoa fantástica que eu conheci: 29 anos, bom papo, beleza rústica – do interior do estado – profissão: Educação Física... já se tem uma leve idéia de como era o corpo não é? Conversas, risos para cá... para lá... sempre a mesma coisa na hora da conquista... De repente, o sinal fecha. Aquele vermelho... eu deveria saber que alguma coisa satânica estava para acontecer...
Eu, com um estilo blasé em minhas risadas, – e o vidro entreaberto – comentava sobre trabalho, clima... essas coisas imensamente românticas... e, do nada, surgem aqueles rapazes que passam no vestibular, pulando freneticamente, parecendo macacos abduzidos por alguma forma cósmica gosmenta, melecados de mostarda, catchup e ovos quebrados com farinha de trigo. Um banquete...
Um desses loucos correu em direção do meu vidro e disse a seguinte frase macabra: “Ôôô TIO você tem um trocado para ajudar na nossa festa... passamos no vestibular de Medicina... Ajuda aí TIO...”
***
TIO??? Ele me chamou de TIO??? Duas vezes??? Eu fiquei sem reação. O rapaz, assustado com minha paralisia, saiu em direção ao outro carro... virei, com uma feição desesperada que certamente deixaria aquelas mocinhas loiras que morrem em filmes de terror para trás, e disse: “Eu escutei direito ou ele me chamou de tio?” só escutei: “O sinal abriu...” Fiquei em choque. Nunca na minha vida eu achei que esta sensação fosse se apossar de mim. E ainda escuto: “Nem se preocupe, é só você tirar a barba. Vai ficar com cara de meninão.” Não preciso dizer que o clima romântico acabou.
Cheguei em casa e comecei a procurar algum fio de cabelo branco. Estiquei a pele do rosto, apalpei... Sim: as marcas da idade já estavam lá e eu nem havia percebido. Parei em frente ao espelho e comecei a rir. Estava fazendo idêntico a minha mãe. E concluí: sim, estou chegando nas três décadas... Amadurecendo para entrar, creio eu, em uma das melhores idades da vida – e todas as idades são as melhores do mundo... E minha transformação em um ser humano mais tranqüilo, inteligente e compreensível está sendo ótima ou invés de me tornar careta, cafona e temeroso com a solidão.
Tenho certeza que o ocorrido de ontem à noite foi praga de uma amiga, pois dei várias gargalhadas quando ela entrou no ônibus e um garoto disse: “Tia, a senhora quer sentar aqui?"
Mas... a vida, provando que é sábia, me deu uma dádiva: Hoje, na academia, ganhei o dia quando me perguntaram se eu me lembrava do grupo Tremendo... Não faço nem idéia de quem sejam... Velho para alguns, jovem para outros...
Em homenagem... os Tios da propaganda do Sentra, da Nissan - campanhada da TBWA/BR.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
A culpa SERÁ sua...
Uma amiga chegou e, como quase 99,9% da população feminina do mundo, começou a reclamar dos homens... Provavelmente você nunca escutou uma mulher reclamar de alguém do sexo masculino. Isso é bobagem, totalmente ilusão psicológica...
Então, com os olhos esbugalhados, ela disparou: “Quando eu tiver um filho, eu vou ensiná-lo como tratar uma mulher...”. Será mesmo?
Veja, vamos analisar de forma concreta: quem realmente cria os filhos? Quem educa? Quem é responsável pela formação do caráter e personalidade? A mulher, evidentemente... a mãe! O homem participa, claro, mas de uma maneira menos intensa que a mulher. Quantas mães eu já observei educando seus filhos para serem mimados pelo resto da vida? Estou argumentando de forma errada? Vamos ver: você – sendo mulher – nunca escutou de uma amiga casada dizendo que tem que correr para casa porque precisa fazer o jantar do filho? Você deduz que ele seja ainda incapaz e pergunta a idade dele: "vinte e dois anos..." (isso realmente aconteceu). Eu mesmo, semana passada, estava no salão cortando o cabelo, quando escutei a conversa de duas amigas: “Vamos hoje, no final da tarde, tomar um café no Shopping?” Resposta: “Ai, hoje não dá, é quarta-feira e meu marido chega mais cedo para jantar... Tenho que estar com a comida pronta...”
***
Veja, não estou condenando as mulheres que preparam – porque gostam – a janta de seus maridos e filhos e sim daquelas que anulam seu cotidiano individual para o prazer do outro. Muita coisa mudou desde a queima de sutiãs em praça pública, mas... creio que devemos mudar são os conceitos de educação. Homens não são sensíveis? Evidentemente que não... são criados para não ser... Mulheres e homossexuais masculinos são mais sensitivos? É lógico, não houve barreira para construção de sua sensibilidade. Homem não chora... Homem não pede, manda... Homem não demonstra sentimentos... Homem não come mel, masca a abelha... Isso cria uma cadeia de conflitos no subconsciente masculino gerando as ações que estamos acostumados a perceber na guerra dos sexos.
Principalmente a mulher, frustada em seu casamento é, com certeza, a principal criadora de novos homens que deixarão muitas mulheres decepcionadas. Você não acredita nisto? Quer prova maior do que a grande batalha épica entre nora e sogra? Para a mãe, nenhuma mulher será tão boa quanto ela pra cuidar de seu filho... Pois ela transferiu para ele a concepção de homem perfeito que seu marido não foi. Ela o criou para ser único... e dela! O homem perfeito que ela desejou e não conseguiu...
Pensando nisto, terminei de escutar minha amiga e, bebendo um gole de chá, respondi: “A culpa SERÁ sua...” Ela me corrigiu: “Você está querendo dizer que a culpa é minha?” – “Não, estou querendo dizer que a culpa SERÁ sua...". E troquei de assunto. Para bom entender, um risco quer dizer... que é apenas um risco...
O futuro homem... Foto: Cemed
Então, com os olhos esbugalhados, ela disparou: “Quando eu tiver um filho, eu vou ensiná-lo como tratar uma mulher...”. Será mesmo?
Veja, vamos analisar de forma concreta: quem realmente cria os filhos? Quem educa? Quem é responsável pela formação do caráter e personalidade? A mulher, evidentemente... a mãe! O homem participa, claro, mas de uma maneira menos intensa que a mulher. Quantas mães eu já observei educando seus filhos para serem mimados pelo resto da vida? Estou argumentando de forma errada? Vamos ver: você – sendo mulher – nunca escutou de uma amiga casada dizendo que tem que correr para casa porque precisa fazer o jantar do filho? Você deduz que ele seja ainda incapaz e pergunta a idade dele: "vinte e dois anos..." (isso realmente aconteceu). Eu mesmo, semana passada, estava no salão cortando o cabelo, quando escutei a conversa de duas amigas: “Vamos hoje, no final da tarde, tomar um café no Shopping?” Resposta: “Ai, hoje não dá, é quarta-feira e meu marido chega mais cedo para jantar... Tenho que estar com a comida pronta...”
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Veja, não estou condenando as mulheres que preparam – porque gostam – a janta de seus maridos e filhos e sim daquelas que anulam seu cotidiano individual para o prazer do outro. Muita coisa mudou desde a queima de sutiãs em praça pública, mas... creio que devemos mudar são os conceitos de educação. Homens não são sensíveis? Evidentemente que não... são criados para não ser... Mulheres e homossexuais masculinos são mais sensitivos? É lógico, não houve barreira para construção de sua sensibilidade. Homem não chora... Homem não pede, manda... Homem não demonstra sentimentos... Homem não come mel, masca a abelha... Isso cria uma cadeia de conflitos no subconsciente masculino gerando as ações que estamos acostumados a perceber na guerra dos sexos.
Principalmente a mulher, frustada em seu casamento é, com certeza, a principal criadora de novos homens que deixarão muitas mulheres decepcionadas. Você não acredita nisto? Quer prova maior do que a grande batalha épica entre nora e sogra? Para a mãe, nenhuma mulher será tão boa quanto ela pra cuidar de seu filho... Pois ela transferiu para ele a concepção de homem perfeito que seu marido não foi. Ela o criou para ser único... e dela! O homem perfeito que ela desejou e não conseguiu...
Pensando nisto, terminei de escutar minha amiga e, bebendo um gole de chá, respondi: “A culpa SERÁ sua...” Ela me corrigiu: “Você está querendo dizer que a culpa é minha?” – “Não, estou querendo dizer que a culpa SERÁ sua...". E troquei de assunto. Para bom entender, um risco quer dizer... que é apenas um risco...
O futuro homem... Foto: Cemed
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