quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A amiga psiu...

“...não procuro estar com pessoas que não me acrescentam ou me reprimem”. Isso recebi no final de um email de uma amiga hoje. Não é uma frase fantástica digna de figurar nas melhores da semana? Explico: Ela tem uma amiga convencional – aquelas amizades que possuímos que estão lá... boas, mas... – e todas as vezes que elas saem, esta minha amiga - que é maravilhosa -, ficava extremamente incomodada com uma atitude: a convencional (vamos chamá-la assim), quando minha amiga se exaltava contando algo ou dando aquela risada gostosa, fazia aquele barulho insuportável – Psiuuuu – para ela abaixar o tom de voz, seguido da frase: “As pessoas estão olhando...”

Sem textos convencionais, com sentimentos exacerbados ou provas de amizades eternas... respondendo de forma concisa e simples: o que é uma amizade? Bem, em minha opinião, é aquela pessoa que eu escolho para fazer parte de mim. Sim, é a minha extensão. Alguém com quem eu converso, dou gargalhadas altas... lágrimas que escorrem de tanto rir... e de chorar também... e de rir de novo; Para quem eu conto os segredos que não contaria para o espelho; desabafos, simplesmente por só querer falar... Discar o número no telefone com pressa para contar algo muito bom e... também algo muito ruim; Simplesmente, possuir um amigo... é manter uma vida!

Se nós paramos para analisar, a amizade é melhor do que um namoro... veja: quando você está solteiro, com quem você sai?; Está namorando... para quem você liga para contar as brigas?; Para comentar – com entusiasmo explosivo - sobre o pos-tit com uma frase de amor deixado no pára-brisa do carro?; E, a melhor parte da história, quem ajuda você no final do relacionamento?; E, voltamos ao início do ciclo, quando você se recupera, levanta e sacode a poeira de todo o sofrimento de perda, para quem você liga e diz: “Voltei para a vida! Vamos sair agora... porque o mundo será pequeno para mim”?

Certa vez, li uma frase – dessas bobas que vemos em revistas, livros de auto-ajuda,... – que “as pessoas que entram na nossa vida devem ser registradas em um caderno: algumas você sublinha, outras você passa canetinha de outra cor, outras: em letras garrafais... mas, existem algumas, que precisam passar corretivo...” Amigos entram e saem da nossa vida, com diferentes graus de importância... mas, temos que guardar alguns daqueles que conhecemos há muito tempo. Eles são o nosso vínculo com o passado. Quantas vezes você não deve ter escutado a terrível frase: “Você se lembra disso?” Para evitar um novo erro que se aproximava?

Devemos ter amigos sim, aqueles que não mostrem vergonha de nosso jeito de ser, de nossas risadas altas, de nossas opiniões e personalidade difícil. Precisamos de amigos que digam: “Nossa, que burrada você fez... bem, então... VAMOS pensar como iremos consertar isso...” Sim, é desses amigos que precisamos e não daqueles que transformamos nosso modo de viver para agradar e “prender” uma amizade de aparências. Você deve estar pensando: Isso não existe... Será? Ou você não se lembra dos seus tempos de escola aonde andar com a turma “popular” era o sonho de amizade de todos? Bem... também pensei assim na época escolar, mas... Não tenho mais idade para perder o controle sobre o que e quem eu sou para agradar as pessoas... e, muito menos, para ser hipócrita.


Foto: Projeto Amizade

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